À Bangu, enfim, no alto do Olimpo
Alvirrubro conquista título do 9º Campeonato Interno de Futebol Soçaite da AFBNDES ao bater Panela nos pênaltis, sábado passado, no Clube da Barra
Até o sábado passado, o À Bangu, criado há cinco anos, só havia conquistado um título no Clube da Barra, nos idos de 2009: o "Torneio Comemorativo de Futebol Soçaite pelos 55 anos da AFBNDES". Mas seu sonho de consumo, inevitavelmente, era o posto mais alto do Campeonato Interno.
Em 2008, na quinta edição do Interno, a equipe – colocada em 6º lugar na fase de classificação – caiu nas quartas de final. No ano seguinte, estimulado pelo título do Torneio Comemorativo, o À Bangu chegou às quartas com favoritismo, uma vez que havia ficado em 2º lugar na etapa classificatória. Nova queda, desta vez para o Panela.
Seguindo trajetória ascendente, em 2010 o À Bangu era a sensação do campeonato. Tinha ficado em 1º lugar na primeira fase da competição; havia despachado o TI-Bajara nas quartas de final; e, a um passo da decisão, iria jogar contra a AFCEdserj. Outra desilusão com a derrota por 2 a 0.
Em 2011, o passo foi mais largo e a equipe (3ª colocada na fase de classificação) chegou à final do campeonato contra o San Remo Pais & Filhos. A decisão foi nervosa, com empate no tempo normal em 2 a 2 e a fatídica disputa de pênaltis, vencida pelo San Remo por 6 a 5. Parecia que o título do À Bangu nunca viria...
Pois no sábado passado, em jogo intensamente disputado, o À Bangu fez a festa após conquistar, nos pênaltis, o tão sonhado caneco do 9º Campeonato Interno de Futebol Soçaite da AFBNDES. Invicta, a equipe cumpriu uma jornada irrepreensível em 2012. Líder na fase classificatória (37 pontos), também ficou com o melhor ataque (76 gols a favor, junto com o Panela) e a defesa menos vazada (13 gols sofridos).
O Panela foi um adversário de respeito, que merece ser exaltado: vice-líder na primeira fase da competição (35 pontos), também terminou o ano invicto, com o artilheiro do campeonato (Vinícius Barreto, 23 gols) e a Taça Disciplina. No sábado, a derradeira batida de pênaltis do Panela, feita por Felipe Ignácio, ficou no pé da trave direita do goleiro do À Bangu. Fosse outra a história dos pênaltis, o Panela teria festejado o tricampeonato do Interno nos gramados da sede social. Venceu em 2007 (ainda com o nome de Panela da Quinta) e em 2008.
Jogo –
No tempo normal, a decisão de sábado terminou 1 a 1. O À Bangu saiu na frente, logo aos 3 minutos, com um golaço de Alexander da entrada da área. Pego de surpresa, o Panela começou a pressionar o adversário em busca do empate. Rodrigo Lira, Vinícius, Rodrigo dos Santos, Felipe e Ricardinho começaram a tocar o terror para cima do À Bangu, enquanto André e Danilo seguravam as pontas na defesa. Aos 8, Felipe explodiu o travessão alvirrubro com um tiro de fora da área.
Dito assim fica parecendo que o À Bangu recuou frente à pressão do Panela. Mas isto não aconteceu. A equipe continuou jogando seu bom futebol, com jogadas perigosas protagonizadas por Yuri, Alexander, Caio e Márcio. Na defesa, o jogo sério de José André e Paulo Rebouças protegia o gol de Fernando. Contudo, o placar de faltas da primeira etapa comprovava o maior volume de jogo do Panela: 7 faltas feitas pelo À Bangu contra apenas uma do adversário. E foi assim, com o jogo lá e cá, que o primeiro tempo chegou ao fim.
Na segunda etapa, o À Bangu entrou em campo mais equilibrado. E quando estava melhor, levou o gol de empate após uma polêmica marcação de pênalti sobre Vinícius. Os jogadores alvirrubros reclamaram muito, afirmando que o adversário havia se jogado dentro da área, mas o juiz Eduardo Cordeiro manteve a decisão e o próprio Vinícius igualou a peleja. Daí até o final do jogo o que se viu foi nervosismo, correria, vigor físico, contato extremo – um futebol pegado que faz parte da história das grandes decisões.
Pênaltis –
Na disputa de pênaltis que se seguiu, a sorte estava verdadeiramente lançada. Vinícius fez 1 a 0 para o Panela batendo à direita de Fernando, que pulou na bola; José André empatou chutando à meia altura no mesmo canto do goleiro Thiago, que estava no lance; Ricardinho fez 2 a 1 para o Panela deslocando o arqueiro; e Gabriel igualou para o À Bangu com batida precisa.
Faltando duas penalidades para o fim da primeira série, o clima era tenso no Clube da Barra. Felipe, do Panela, perdeu o pênalti chutando a bola no pé da trave direita. A bola passou por trás do goleiro, correu paralela à linha do gol e saiu à esquerda. Expectativa, agora, para a batida de Alexander. O craque do À Bangu entortou o corpo e bateu firme, à meia altura, no canto direito de Thiago, que chegou a viajar, sem sucesso, em busca da bola. Feito o gol, Alexander caiu de joelhos e esperou o abraço dos companheiros que foram formando, pouco a pouco, uma montanha de campeões, uns sobre outros, gritando, sorrindo, comemorando e vibrando com o título inédito, enfim.